A volatilidade das moedas caiu para o menor nível em quase sete anos, desempenho motivado pelos programas de estímulo monetário e pela adoção de orientações futuras (forward guidances, no inglês) por parte de alguns bancos centrais.
O índice de volatilidade do JP Morgan Chase para as moedas de países do G-7 caiu para 5,93%, na sexta-feira, atingindo o menor nível desde junho de 2007. O índice do banco que mede a volatilidade de outras moedas estrangeiras também atingiu o mínimo de 2007.
“A política de orientação futura feita por bancos centrais está mantendo sob controle as expectativas em relação às taxas de câmbio”, disse Peter Kinsella, estrategista cambial sênior do Commerzbank AG, em Londres. “Estamos caminhando cada vez mais para ter uma volatilidade muito sutil no câmbio”.
Um dos destaques do período foi o real. Em 2014, a divisa brasileira se valorizou 5,4%, o melhor desempenho entre os 24 países em desenvolvimento. Parte dessa apreciação tema ver comas especulações sobre as pesquisas eleitorais, que no período indicaram a possibilidade de realização de um segundo turno, depois de o crescimento do PIB dar sinais de estagnação. Na sexta-feira, o dólar fechou o dia cotado a R$ 2,24, após se apreciar 0,76%. Foi a maior cotação da moeda norte-americana desde 5 de maio.
Outros países que também se sobressaíram entre os países em desenvolvimento foram o Chile e a Rússia. Em maio, o peso valorizou 2,7%, e o rublo subiu 2,2%, em relação ao dólar. No período, foram as duas divisas que mais se apreciaram entre as 31 principais moedas do mundo, deacordo com levantamento da Bloomberg.
Na parte de baixo do índice, os destaques negativos ficaram com a coroa sueca, que caiu 2,8%, e coma coroa tcheca, que se desvalorizou 1,8%.
Os programas de estímulos monetários, que aumentaram a liquidez mundial e tiraram o interesse dos títulos públicos de países desenvolvidos ao levar as taxas de juros a níveis próximos de zero, podem manter esse cenário de menor volatilidade por mais tempo.
De acordo coma previsão mediana de 53 economistas consultados pela agência, os formuladores de política econômica do Banco Central Europeu (BCE), liderados pelo presidente Mario Draghi, irão reduzir a taxa de juro da região para 0,1% nessa quinta-feira.
“Poderemos ver uma grande liquidação no euro se o BCE agir de forma agressiva”, disse Yuki Sakasai, estrategista de câmbio do banco britânico Barclays, em Nova York. “O corte na taxa já foi precificada e alguns especialistas também estão esperando medidas de liquidez, de modo que a discussão agora é se o BCE vai entregar algo a mais”. Draghi disse este mês que está “confortável” para próxima decisão a ser tomada em junho. Em maio, o euro se valorizou 0,2%.